quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Diálogo

-Não sei, tudo anda meio estranho... Não acha?
-Você já está dizendo que eu não acho.
-Ora, modo de dizer...
-É,acho sim...
-Pra onde você vai?
-Não sei e você?
-Também não sei.

Saíram, sem destino e sem lanterna, por ruas escuras, neblinosas. Estava observando tudo da janela do apartamento. Tinha uma pilha de papéis para revisar. Mas meus papéis concentrava-se naqueles dois, que não sabiam para onde iam, discutiam sobre idéias, verdades. Talvez tudo seja assim mesmo, gritei da janela.
Eles olharam, acenderam os cigarros e continuaram a andar.

Joguei minha máquina fotográfica pro lado. ''Há tantas verdades... Que só a minha me interessa e a dele, quem sabe...''

Madrugada chuvosa de Dezembro.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Yule!

É caros amigos... O ano civil está acabando e é tempo de reflexão. Aproveito para refletir novamente sobre tudo o que aconteceu este ano. Neste post, não irei declamar poemas e nem experiencias mal sucedidas. Irei fazer um post introspectivo, íntimo... Hoje é Yule. Nosso ''natal'' (digamos assim) pagão. Tempo em que o Deus Sol nasce, e este é um dos festivais que eu mais gosto. Nas ruas, luzes e mais luzes, cantigas, aquela energia que se forma, como uma grande e reluzente bola amarela, que se confunde com a neblina das ruas desertas.
Encanto-me cada ano mais, mesmo que ao passar dos tempos, esta magia esteja acabando,  dando espaço apenas para as coisas corriqueiras. Este ano, quero trazer Luz para dentro de mim e espalhar em meu lar, meus lares. Quero ainda escrever cartinhas para Santa Claus, pedindo que ele me proteja de todos os males, pedindo proteção.
Hoje, olhei a rua. Ela não estava, como antigamente, com crianças correndo, gritando. deu-se lugar a uma neblina e a esquerda, árvores com pisca-pisca e distantes cntigas natalinas.
Quero ainda poder voltar e celebrar Yule, como nas vidas passadas, cantando, acendendo lanternas em árvores, acendendo fogueiras, celebrando a nova promessa, a renovação da esperança na Vida e no Divino;

Mesmo que este ano tenha sido difícil, tenho ainda muito a agradecer aos Deuses por me dar Graças e Amor. Este finalzinho de Yule, vou queimar, aqui, entre nós, o meu e o seu pacote de desejos. Que sejam bons, que se realizem!

Que o Deus Azevinho e o Rei Carvalho nos conceda, nesta nova rodada de ano, sabedoria e luz. Trazendo e cmprindo sua promessa. Que assim seja, que assim se faça! ;)


*p.s: sem esse discursinho barato de que todo mundo tem que se amar e se abraçar em ''natal''. O que eu falei aqui é o que eu REALMENTE sinto!

Deuses, obrigada por transformar meu tio em anjo [por mais que esta perda tenha e continua sendo difícil] e agradeco meus presentes: Mãe, Pai e Vini (aaamoooor, te amo!) e todos os meus amigos, aqueles que me querem bem, realmente. Guardo todos em meu coração e os que guardava, não desejo mal. Que os caminhos sejam seguidos.
Agradeço, principalmente, a mais uma escada alcançada da minha jornada no caminho da Arte. Que a Grande Mãe e o Deus Sol, continuem me guiando, trasmitindo aos ouvidos e olhos abertos, o caminho do amor.

Obrigada!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Alguém por favor traz um cigarro?

19 anos, fumante, alcoolatra, mal humorada, libertina e sem pudor.
Típica moradora de rua.
Rua 13, esquina com 15.
Vive com uma câmera fotográfica em uma mão e um copo de uísque na outra. O cigarro na boca.

Vida, vida, vida, vida.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O mundo é um moinho


''Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida...''
Acordei com o sol brilhando em meus olhos
O sol estava alegre, cantava às 10 da manhã
Continuei acordada, com os olhos abertos e as pálpebras fechadas
Levantei, tomei um café amargo
Perdi o sono
Lembrei do meu antigo professor de literatura declamando um poema de Manuel Bandeira
Li Fernando Pessoa e sua tabacaria
Lembrei da minha professora, ela quem teria sido meu exemplo
Lembrei da minha infância
Lembrei da minha velhice
Olhei para o céu
Este, que estara azul, tornara-se cinza
Como a manhã da minha juventude e a noite da minha velhice''
9 meses sem ele, 9 meses de vazio. Vazio daqui para sempre. Tio, eu te amo.
''...Quando notares, estás a beira do abismo...
Abismo que cavastes com teus pés...''

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Início de mês, meia noite, dia 10 de 2009
Acordei no mio da noite, um suspiro fundo, afogando na água da barriga da minha mãe
Os olhos vermelhos, lágrimas
às vezes penso que minha vida nunca irá sair desses versos
rodo, rodo, rodo e sempre estou a frente dela

Esta que não se surpreende com minha presença
Cliente assídua

Quando enfim hei de ter a esperança e a luz do amor?

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Antônio

Perdeu a hora, a manhã
Passou a tarde lendo tirinhas de jornal, olhando o horóscopo.
O dia raiava lá fora, com nuvens tímidas e carregadas. Pensou que iria chover. Chuviscou quando estava almoçando.
Ele saiu devagar, tirou as latas de cerveja que estavam no vaso de plantas.
-Que falta de respeito!

Entrou na banheira, encostou a nuca nas maos, devagar, auto acolhendo a aura, que aos poucos ia esquentando.
Mudou de idéia, acendeu uma vela e pôs-se a ler um livro de Manuel Bandeira.
Lembrou dos sonhos que tivera na noite anterior e se perdeu nas linhas do poema.

Ficou o resto da tarde nublada perdido nas linhas de Bandeira e nas curvas da sua imaginação...

-O que será de mim?

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Diamantes

Encontrei amigos no meio do caminho
Eram pedrinhas chatas, pedrinhas, pedrinhas
Pedrinhas pequenas, debaixo da areia
Pedrinhas brilhantes, diamantes
Elas cresciam, cresciam
Abstratas, calorosas
Descobri que as pedrinhas falavam

Que pedrinhas não eram sérias
Que pedrinhas me amavam, sorriam
Que pedrinhas esqueciam tudo perto de mim
Que pedrinhas eram sinceras
Que pedrinhas me aconselhavam, quando errada
Que pedrinhas eram gentis

Pedrinhas sorridentes, simples
Pedrinhas-diamantes

Aos meus diamantes, em especial:
Vini,Simone, Larissa (que saudaade, putz) Yuri, Carolina e Karol.
Amo vocês!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Ira

Amo estudar. Amo não somente por aprender coisinhas novas todos os dias, mas também por ter o prazer de observar seres, dentro de um ''recipiente''[como diria um professor] se comportarem.
Algo que me chama bastante atenção é a cara de pau das pessoas.
Com seus orkuts e album de ''salvem a Africa, o mundo, os animais, as plantas, as formigas...''

Mas afinal, de que vale ter um album se voce nao faz NADA?
Alguns soltam algo como ''ao menos temos consciencia do que esta acontecendo'' ou mesmo ''nao sou alienada, eu faço isto para orientar e tocar o coração de alguém''

Sentiria-me inútil por ver tudo isto e nao poder fazer nada [alias, eu ja me sinto, mesmo nao tendo albuns deste tipo].
Que adianta?
Que adianta voce ter um album desses com esta desculpa se voce nao é educado e amoroso nem com as pessoas que te cercam, quiçá com pessoas de outro continente?

Pessoas mal educadas, grosseiras, grotescas.
Não tem a capacidade de dizer um ''bom dia'' ou ao menos um sorriso saudoso.
Ceder lugares para quem precisa ou ao menos um simples e tao importante ''jogue o lixo na lixeira''.

Hoje, ao esperar o maldito onibus, vi uma cena que me fez ficar irada.
Pasteleiro atravessando as curvas do terminal, jogando, NA CARA DE PAU, um copo descartavel no chao.
Ora, faça-me o favor, nao tenho pena dessa população mal educada e grosseira, da miséria que vivem.
Deuses me perdoem, mas estão fadados a isto mesmo!

Uma terra tão rica, tão glamurosa e valiosa, na mão de ignorantes analfabetos
Não tenho medo do seu dinheiro e nem da sua cara feia
Podem levar-me tudo, mas nao o direito de pensar e reclamar o direito de viver de uma terra tão rica!

Homens sujos, com carne entre os dentes
Mulheres grávidas, com meia bunda de fora
Crianças brincando na areia verminosa
E quando um livro chega a sua mao... rasga-o

Se for para continuar vendo estas cenas
Prefiro virar cortesã na Europa.

sábado, 7 de novembro de 2009

Brasil!

Mais uma vitória para o circo!
Rio, sede da copa
Brasil, sede da copa mundial
''Nosso País evolui! Viva!''
E uma voz ecoa ao fundo
''Mais inve$timentos para os bolsos políticos''
Nação do berço quebrado
Colonia camuflada
Política de mulher-samba e futebol
Crianças com armas nas mãos
''Nois quer ser bandido''
Sinais de podridão
Crianças na multidão
Transito conturbado
Cabeças descontroladas
E um lápis cai no meio disso tudo
Busco entre pernas
E levanto-me como uma patriotária
Terras férteis
Beleza inconfundivel
Habitada por mentes egoístas
Não vou servir a este exército!

domingo, 1 de novembro de 2009

Piece of My Heart

Tanto tempo que não escutava Janis Joplin.
Gritando por um pedaço do seu coração e eu atrás, gritando junto c ela...

Grito por este bendito que sempre se confunde com sentimentos, pensamentos e muitas vezes até toma um rumo malévolo.
Ouvia Janis quando tinha 17 anos. Foi o auge.
Escutava vindo do curso, naquele entardecer, acompanhando as luzes dos postes, da avenida movimentada, ligarem. Um por um, acompanhando a viagem das guitarras e os berros de Joplin.

Pegava o mesmo ônibus, a mesma rota de 1 hora, que sempre trazia novidades para mim. Novas faces, novos pensamentos. Era a época em que eu falava muito em mudança e não saía do meu lugar, mas quando saí, arrancaram metade do meu coração. Junto com o de Janis.

Estuprei-me em várias esquinas, tentando reconstituir este bendito. Resgatar o que eu havia jogado.
Mas foi bom. Aquele amor já não me fazia bem e sabia que alguém, em algum lugar, estava também sofrendo, esperando por mim. Pela minha decisão de sair de casa e pegar chuva, adoecer.

Fumava um Black e achava q eu estava sendo aceita; Bebia uma heineken, rodopiava meus cabelos e a poção era espalhada. Mas não era feliz. Sempre tentava me iludir com falsas promessas, falsos beijos e palavras.
Serpentes malignas.

Ouvi Joplin esta noite. Entre dois mundos.
E o invisível toca meus cabelos e uma parte do meu coração.
Ele continua aqui, desta vez inteiro. Desta vez, cristalizado.

EM 01/11.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Acordar cedo

Odeio acordar indisposta!
Penso na primeira pedrinha e já quero desistir, dormir e quando acordar, talvez, quem sabe, ir atrás do que eu quero.
Preguiça. Preguiça.
Tento me livrar, mas acredite, nem sempre é fácil.

Sei que tenho talentos. Sei que posso alcançar um bom nível.
Hoje na loja, alguém havia dito sobre trabalho árduo.
Uma filosofia de desenho, mas que me fez pensar por um bom tempo [até agora]
''Um trabalho árduo supera o talento''

Tenho talento, mas não tenho o trabalho árduo. Lembrei do tempo do colegial quando era uma das melhores da sala em língua portuguesa e outras matérias humanas.
Aonde estaria esta nova menina que dançava com as letras e formava poesias, contos e cronicas num piscar de pensamentos?

Tenho somente UMA vida para fazer valer a pena.
Meus sonhos, minha casinha com um elfinho, meus livros e minha varanda com plantas, orvalhos, passarinhos me visitando na estreia e despedida dos dias... Tudo isto me espera. E não será fácil.
Aliás, tudo o que vale a pena tem que ser pago. Já pago p um ser mágico, por um cristalzinho. Eu e ele.
Pago pelos meus estudos quando acordo pela manhã com os olhos cansados da noite anterior, forçando-me para dormir.
Pago por ter paciência e manter a serenidade, quando minha alma quer explodir.
Pago quando quero ficar serena e TENHO que ser explosiva;

O meu trabalho árduo vai superar meu próprio talento. Ou os dois se alinham ou algum deles vai se superar.

''Olhar dentro de si.''
-Eu olho e vejo um cristal e um faixo de luz :)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Graus


Amanheci com o horário em cima dos meus olhos. 6:10
Deveria acordar as 5:57. Todos os dias.
Presumi que iria simples hoje, sem muitas delongas, sem muito luxo.
Tomei meu banho e vesti-me.
Esperei o ônibus e num piscar de olhos, ele estava lá.
O rádio soava algo desconexo quando falaram sobre a temperatura da cidade. Estaria por volta dos 40 graus com sensação de 43.
Pensei que hoje seria um daqueles dias em que meu humor estaria abaixo do nível.
Calor, calor, calor..

Estava uma manhã com um sol tímido, com os raios gélidos mas que se ficasse muito tempo exposto, queimaria certamente. Pensei nos comentários em sala de aula sobre a temperatura.

-Voces viram a tempestade de ontem?
-Estava dizendo que iria chover... passou o dia calor, mas no final do dia choveu; Só nao disseram o horário ne
E a sala abriu uma gargalhada solta, arrojada.


Pensei nisto. Será que seria mais um dia assim, incertamente certo?
Pus os fones e ouvi as mesmas músicas melancólicas. Dá-me inspiração... Faz-me pensar calmamente sobre as coisas, sobre mim e sobre as pessoas.

[Para quem gosta, recomendo sisters of mercy, MUITO BOM!]

Incrivel como o Universo conspira para tudo. Ele fez eu pegar aquele onibus, fez aquela mesma pessoa sentar ao meu lado, pôs cada um no caminho de cada um naquela manhã.

Em outras vezes já havia me sentido dentro de uma bola chamada Terra e girar, junto c ela. E naquela manhã promissora, estava sentindo a mesma coisa. Mas com um diferencial. Estava sentindo a essencia divina.
Vi a sombra dos Deuses, circulando em torno dos céus.
Agradeci por tudo isto, pelo embaralhamento da minha mente.
-Tenho perdido as palavras, as vezes sinto-me confusa com meus pensamentos.
-Não, você tem tudo... dentro de si!

Céus... como esse mundo funciona! Nunca pensei que teria hoje, pessoas tão distantes sendo importantes na minha vida. Como tudo foi planejado para que no ano de 1990 eu nascesse, para que anos antes, meus pais se conhecessem e fosse o meu início.

Como os caminhos se cruzam!

Sei que nada acontece MESMO por acaso... Cruzei muitos caminhos e em cada caminho, cada pedra e dobra, foi necessária. Necessária para eu aprender e mudar o que eu penso, sinto;


Respeito e lealdade.

A sinceridade dos sentimentos, das palavras, dos pensamentos, dos olhares... ignorei o que eu fazia apenas pelos outros. Senti medo. Mas foi bom. Aprendi que os caminhos se cruzam sempre e eles sempre deixam algum tipo de aprendizado. Somente as pessoas que nos amam e admiram, ficam...

Atrair e fincar as garras na energia que seduz.
E a sombra deles por trás de tudo...

O dia foi tranquilo, sereno e eu ao menos nao senti o calor torrando meus cabelos.

Sou feliz por tudo o que tem me acontecido e pelas experiencias interiores...
O SENTIR tem sido meu presente. Obrigada

*foto tirada por mim em uma tarde com uma silfa, que trouxe ventos gélidos, cantos de pássaros e este raiar lindo de sol!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

21-10

O que me faz ficar aérea é o porquê das coisas.
É tudo tão doido... Ontem na aula, meu professor de literatura declamava um poema de Manuel Bandeira que mais parecia sei la... um desabafo.
Então parei de pensar no que estava pensando e pensei de novo ''Eu faço poemas como Manuel Bandeira?!''
Quisera...
Mas o poema nao é o grito da alma? Eu grito minhas palavras absurdas, pensamentos obscuros.
Há dias em que eu nem queria acordar. Para não ver a luz bucólica do sol, a luz matinal dos raios solares invadindo meu corpo sem permissão.
Cegando meus olhos, meus movimentos...
Horário de relógio, limitada a este.
Não sei que me resta por estes dias. Se o enterro da minha alma vai continuar ou se alguém vai me ressuscitar.
Não se ter para onde olhar, andar em caminhos impostos, preferir a noite.

Enquanto minha alma nada no mar de sangue que se desprende do pescoço, fico aqui fumando este último cigarro.

sábado, 17 de outubro de 2009

16-10

Fico feliz pelas coisas que a vida me dá. No dia do meu renascimento, vi que eu sou feliz. Tenho coisas que eu almejei durante anos e hoje, elas estao à minha frente!
E não devo joga-las ou esnoba-las.
Cansei de ser maltratada, recebida com palavras frias. Seja lá como for.

Poucas pessoas, sentimentos intensos e mútuos.
Obrigada, vida!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Pergunto sobre a física a ti
Tu não sabes
Pergunto das ruas
Tu não sabes
Pergunto das pessoas, do mundo, da ciência
Tu não sabes
‘’Ora, que ser tu és? Nada tu sabes!’’
‘’Eu sei do teu coração, pequenina’’

Silêncio.

sábado, 3 de outubro de 2009

Bruxa, mulher


E com muito orgulho!

Nascida para a magia, para o mistério

Pois é somente quando me confundo confundo com o verde

É que de fato me encontro!

Caldeirão mágico, seres mágicos e iluminados

Rodopiando em volta de fogueirasm saudando a Grande Mãe

Adentrando matas, revestidas de folhas, reencontrando o Deus Cornífero

Orgulho em ser pagã

Em ser Stregha, Bruxa!

O poder do três vezes três

O altar erguido debaixo de meus olhos

A chama que voa longe, solta fagulhos

O ar que dança entre minhas narinas

A água que molha meus sentidos, embriagando-me

A terra que piso

E os cristais que furam meus pés energeticamente


Vim da natureza

Trazendo na alma a bandeira do respeito

Da magia, da esperança, da energia!

Saudadas sejam minhas saudosas irmãs

Resistimos à Inquisição, às fogueiras

Eles morreram... Mas nós estamos aqui

Com o punhal e fogo.


Que assim seja,
Que assim se faça!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Poesia

A poesia é o grito
Grito da alma, do coração
Palavras gritadas, escancaradas
Visões noturnas, diurnas
Algumas desconexas
Que sempre chegam ao mesmo lugar
Que sempre roubam um pouco de si
São vozes que se formam na mente
Elas vêm assim, de repente
Na calada do meio dia
Em faces, em olhares
Não ao acontecido
Ao sentido, ao sentimento
A dor, o amor, a magia

Olho minhas mãos em meio a tantas pessoas despreocupadas. Mãos sujas, calejadas e de cor breve. Calos, doces calos...

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Verde


E de repente, tudo mudou.
O ambiente acinzentado transformara-se em verde vivo
Pequenino ser deslizava em árvores, sorrindo com os olhos
Um pulinho e ele estava a sorrir
''Avista-me''
Tão pequeno, tão iluminado
Pequenas gostas de mel em seus olhos
Misturadas com a imensidão do verde
Dos feixes de luz que se formava na umidade
Um sol tímido, saudoso
Perdia os sentidos perto de tamanho ser
''Gosto de você''
Palavras recíprocas, docemente declamadas, reveladas
Ouvíamos harpias ao longe
Tocadas por donzelas virgens, orquestra minusciosamente regida
Pleonasmos da natureza
Eufeminismo humano
Tão inocentes, tão sensíveis
Não tenho medo, afundo-me na tua imensidão angelical
Quando estou perto de ti
Ouço o mar
Pequeno silfo verde

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Saudades

Há tempos que realmente não voltam mais...
As dormidas em casas alheias, o brilho nos olhos de quem te via, as doces palavras, sorrisos de companheirismo...
Esta manhã assisti um video.
O video que marcou aquela noite chuvosa.
Uma lágrima caía e um sorriso se estendia no rosto... Saudades!
Mudadas por dentro e por fora... A criancisse talvez tenha seus dias encerrados.
Conversas na madrugada, promessas de companheirismo p sempre, sorrisos compartilhados e um olhar que a tudo vigiava
Poderia eu ter sido confiante demais e ter escondido meus sentimentos... é, foi isso mesmo.
Aprisionei pássaros enquanto deveria tê-los deixado voar, sei que sempre voltariam

Hoje, como diria meu cantor predileto, sou folha morta
Vivo de lembranças, boas por sinal...
Não sei o que irá ser dos meus proximos dias, do meu futuro...
Planos tenho muitos, mas sinceramente, as vezes acho que não serei capaz de realizá-los.
Tenho alguem iluminado ao meu lado e o medo de decepciona-lo a qualquer oscilação;
Sou fraca. E cada vez que estou sozinha, longe de olhares, confirmo isso
Penso que se tudo reverteu-se assim, deveras tem um porquê.
Mas que porquê?

Digo sempre às pessoas que me procuram que dias melhores virão
Mas para mim, sempre estarei suja de lama. Merda!
Tendência a isolação, necessidade de carinho, amor, mimos
Ah! Besta, tola, tonta!

Dia 16 era um dos dias mais esperados durante o ano...
Dia 16 o homem que marcou minha vida se foi...
Não espero nada deste dia... Como nos últimos 4 anos nada de especial têm acontecido.
Droga de data, droga de dia...

Alguém por favor traga-me um chá de sumico?

E como sempre, começo em um assunto e termino em outro...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Incenso, vela, livros, abajour's, espelhos e luz celestial;

Meu caminho está sendo traçado.

sábado, 29 de agosto de 2009

os problemas tem sido preocupação maior.
Medo de ficar sem grana, medo de não passar no vestibular, de nunca trabalhar...
É, tem sido medos. Mas medo não é uma defesa?
O sol tem clareado minha vida, mente, inspirações e sentimentos.
Dormindo tarde acordando cedo... tenho que voltar a me acostumar!

Saí e tudo permanecia em profundo silêncio.
Uma manhã nublada com um tímido sol ao fundo e os pássaros cantando ao meu telhado.
Sozinha em casa com aquela beleza toda.

Entrei, acendi meu altar e rezei.
Rezei por mim, pelas pessoas, pelo meu pai.
Realmente hoje eu acordei feliz e lenta.
Sentia o aroma entrando pelas minhas narinas e a fumaça me envolvendo.
A única luz vinha da vela e os reflexos, das taças do altar.
Bruxa com orgulho! Vi pequenos pontos luminosos, corri perseguindo-os e eles me levaram até o céu.
A energia do mundo, nossa, há muito eu não via isto!

Não estava com roupas misteriosas e nem com olhares maldosos e fortes.

Ali estava, na varanda da minha casa, numa manhã nublada, sozinha, sorrindo com pequenos pontos luminosos que brincavam perto de mim.

Obrigada vida.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Em coma conduzido.
Os dedos procuravam o lápis mas não o achava, os olhos cheios de água e o corpo em chamas.
Deveras teria passado semanas assim... morta dentro de si.
Não conseguia mais ver o mundo como devia e sua alma ia sendo esfaqueada ao longo dos dias.
Queria o sol, mas as pernas se recusavam a andar, queria a brisa mas a pele...
Esta adormecida de injeções puras de mágoas e tristezas, debruçava-se no frio.
Os olhos, estes espertos e atentos, a tudo notava.

A ultima chama daquilo que eu considerava esperança, estava fraca naquele quarto sem janelas.
''Sou feliz na minha caixa amarela''
Era.
Sem livros, sem vozes e sem palavras, afundava-me naquele buraco que antes, so via nos causos alheios.

Estava ali, sozinha como jamais imaginava. Chorava calada e a alma ia se desfazendo a cada amanhecer. A pele, desmanchava-se à luz do sol, sem pedir permissão, ia-se doando aos poucos às formigas, às baratas, à poeira que ali habitava.

Antes do som ser introduzido naquela pequena sala luxuosa e mal iluminada, imaginei-me naquele palco.
Cliquei fotos com os olhos.
Olhei as faces que tanto quis.
''Ah! As faces do seu quadro, lembra Iza?'' - Alguém havia murmurado ao seu lado.
Reconheci a voz.
''Você voltou meu amado amigo!''

Havíamos feito silêncio e nada mais importava a não ser ambas as faces.
Ele estava lindo, como sempre.
A aura brilhante, os olhos cheios de lágrimas por ver-me.

''Eu te desejo paz, meu amor''

Os olhares foram rompidos quando a primeira nota revelou-se.
Era magnífica.

Eu estava completamente seduzida por aqueles dedos, aquele som, aquela luz que me trazia lembranças.
Pairava entre uma manhã fria e aquela noite calma.
E ele estava imóvel a minha frente.

Olhou-me fixamente e sorriu com os olhos.
Olhos azuis e idosos, dedos talentosos.

Naquela noite eu viajei o séc XVIII e ouvi tenores, carroças, murmurinhos de damas e senhores da borracha, barulhos de pequeninos e delicados sapatos no sobrado e os cavalos calmos...

Minha vida passou-se no brilho daqueles sapatos e no reflexo dos lustres do castelo...

domingo, 16 de agosto de 2009

Finalmente a mudança se concretizou...
bem, fiquei triste.. confesso!
Mas talvez tenha sido melhor o vento levar as cinzas, assim cicatriza mais rápido.

Agora que venha o que eu espero, que o sol se mostre mais!
Vida, eu ainda estou aqui!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Não quero ter o coração bobo de uma raposa.
Não quero esperar o caçador nos dias de quinta.
Quero ter o coração preparado.
Não quero mais sentir a cada minuto ele trincar.

Manter os cavalos selvagens em controle. Dificil mas eu vou tentar.
Bem, essa noite é... uma noite sei lá.

troquei a música calma pela agitada
a água pela tequila
a colcha pelo chão

Mas por dentro essa droga de voz não pára de gritar.
Saudade do sono e a falta de esperança.
Dessa vez não vou esperar pela quarta vez a promessa de surpresa

As expectativas que nunca chegam, nunca serão alcançadas.
-Dessa vez eu trago.
-Você trouxe?
-Não achei.

Coração bobo e tolo. Contente-se com o que sempre teve.

domingo, 9 de agosto de 2009

Sonhei com tragédia, acordei com um grito, chorei no dia.

Ás vezs eu não queria ter o sentimento do mundo.
Entendo você, Drummond.
Alias, tenho te traído com Clarice Lispector.
Mas ela é muito boa mesmo... Tão indecisa e certa ao mesmo tempo.

Um dia sonhei com uma senhora de 40 anos com o mesmo olhar que Clarice...
E o futuro? Sonhador e real... Adoro o contraste da minha vida!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Os patos

Os patos que vivem no meu quintal não são humanos
Os patos que comem do meu milho não se importam onde eu compro
Os patos que me olham são estranhos
Os patos são reis
Os patos bicam as galinhas
Os patos sangram
Os patos exigem
Os patos são gordos
Os patos possuem o olhar cruel
A pata inveja minha beleza
O pato inveja meu corpo

A pata é a mídia
O pato, o Brasil.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

30-07-2009

E o Brasil?
O Brasil, pequena grandiosa colonia que insiste em teimar que é independente.
Senado sujo de dólares ilegais e cuspes de políticos que não se importam com a opinião pública.
Ora... ele está lá porque o Divino o nomeou?
A Era Absolutista já passou há muito!

Páis independente, democracia, voz do povo, liberdade de expressão?
Cadê o meu nariz de palhaço? E a tinta branca e vermelha?

Empregos e talentos desvalorizados.
depois que o apadrinhamento ficou famoso, nem vaga no estacionamento eu consigo porque o flanelinha tá guardando pro sobrinho dele.

E a pouca parcela da população que tenta questionar, é barrada, punida, espancada;
Enquanto políticos têm seus programinhas do meio dia, ganhando votos e confiança de humildes com cesta básica e um ventilador, eu fico trancada em casa com meio salário mínimo e mil idéias na mente.

Já disse, não vou pagar de revolucionária barata nem andar com uma blusa do Che Guevara.
Que o Senado e seus políticos de merda sejam destruídos e por favor, DEIXEM NOSSAS JAZIDAS DE OURO EM PAZ!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Recomeço


Costumo dizer que minha vida se partiu em dois.

Antes e depois de 2009.

Anos de mudança, conhecimento e decisões.

Algumas deveras complicadas e dolorosas, outras importantíssimas!

Enfim, acabei c o antigo blog e com ele se foram lembranças, sonhos e pesadelos.


Este será exclusivamente e espontâneamente para a arte de escrever.

Escrever sem compromisso, sem a obrigatoriedade de ter 3 pitadas e meia de dor e 1 de alegria.


Sugeri uma cafeteira hoje. A minha está quebrada.

Cafés ajudam a despertar os olhos enquanto a mente ainda quer produzir...

-Mãe, esse é bom, o que você acha?

-Tanto faz... só você vai tomar.


Praticidade? Ora, vamos ao nescafé!

rs


Cafeteiras, coadores, livros, máquinas, canetas, lápis, papéis e alguém jogado no meio de tanta baderna!

Minha vida é feita de cafezáis que precisam de decisivas colheitas.

Que as cortinas se abram!