sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Diamantes

Encontrei amigos no meio do caminho
Eram pedrinhas chatas, pedrinhas, pedrinhas
Pedrinhas pequenas, debaixo da areia
Pedrinhas brilhantes, diamantes
Elas cresciam, cresciam
Abstratas, calorosas
Descobri que as pedrinhas falavam

Que pedrinhas não eram sérias
Que pedrinhas me amavam, sorriam
Que pedrinhas esqueciam tudo perto de mim
Que pedrinhas eram sinceras
Que pedrinhas me aconselhavam, quando errada
Que pedrinhas eram gentis

Pedrinhas sorridentes, simples
Pedrinhas-diamantes

Aos meus diamantes, em especial:
Vini,Simone, Larissa (que saudaade, putz) Yuri, Carolina e Karol.
Amo vocês!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Ira

Amo estudar. Amo não somente por aprender coisinhas novas todos os dias, mas também por ter o prazer de observar seres, dentro de um ''recipiente''[como diria um professor] se comportarem.
Algo que me chama bastante atenção é a cara de pau das pessoas.
Com seus orkuts e album de ''salvem a Africa, o mundo, os animais, as plantas, as formigas...''

Mas afinal, de que vale ter um album se voce nao faz NADA?
Alguns soltam algo como ''ao menos temos consciencia do que esta acontecendo'' ou mesmo ''nao sou alienada, eu faço isto para orientar e tocar o coração de alguém''

Sentiria-me inútil por ver tudo isto e nao poder fazer nada [alias, eu ja me sinto, mesmo nao tendo albuns deste tipo].
Que adianta?
Que adianta voce ter um album desses com esta desculpa se voce nao é educado e amoroso nem com as pessoas que te cercam, quiçá com pessoas de outro continente?

Pessoas mal educadas, grosseiras, grotescas.
Não tem a capacidade de dizer um ''bom dia'' ou ao menos um sorriso saudoso.
Ceder lugares para quem precisa ou ao menos um simples e tao importante ''jogue o lixo na lixeira''.

Hoje, ao esperar o maldito onibus, vi uma cena que me fez ficar irada.
Pasteleiro atravessando as curvas do terminal, jogando, NA CARA DE PAU, um copo descartavel no chao.
Ora, faça-me o favor, nao tenho pena dessa população mal educada e grosseira, da miséria que vivem.
Deuses me perdoem, mas estão fadados a isto mesmo!

Uma terra tão rica, tão glamurosa e valiosa, na mão de ignorantes analfabetos
Não tenho medo do seu dinheiro e nem da sua cara feia
Podem levar-me tudo, mas nao o direito de pensar e reclamar o direito de viver de uma terra tão rica!

Homens sujos, com carne entre os dentes
Mulheres grávidas, com meia bunda de fora
Crianças brincando na areia verminosa
E quando um livro chega a sua mao... rasga-o

Se for para continuar vendo estas cenas
Prefiro virar cortesã na Europa.

sábado, 7 de novembro de 2009

Brasil!

Mais uma vitória para o circo!
Rio, sede da copa
Brasil, sede da copa mundial
''Nosso País evolui! Viva!''
E uma voz ecoa ao fundo
''Mais inve$timentos para os bolsos políticos''
Nação do berço quebrado
Colonia camuflada
Política de mulher-samba e futebol
Crianças com armas nas mãos
''Nois quer ser bandido''
Sinais de podridão
Crianças na multidão
Transito conturbado
Cabeças descontroladas
E um lápis cai no meio disso tudo
Busco entre pernas
E levanto-me como uma patriotária
Terras férteis
Beleza inconfundivel
Habitada por mentes egoístas
Não vou servir a este exército!

domingo, 1 de novembro de 2009

Piece of My Heart

Tanto tempo que não escutava Janis Joplin.
Gritando por um pedaço do seu coração e eu atrás, gritando junto c ela...

Grito por este bendito que sempre se confunde com sentimentos, pensamentos e muitas vezes até toma um rumo malévolo.
Ouvia Janis quando tinha 17 anos. Foi o auge.
Escutava vindo do curso, naquele entardecer, acompanhando as luzes dos postes, da avenida movimentada, ligarem. Um por um, acompanhando a viagem das guitarras e os berros de Joplin.

Pegava o mesmo ônibus, a mesma rota de 1 hora, que sempre trazia novidades para mim. Novas faces, novos pensamentos. Era a época em que eu falava muito em mudança e não saía do meu lugar, mas quando saí, arrancaram metade do meu coração. Junto com o de Janis.

Estuprei-me em várias esquinas, tentando reconstituir este bendito. Resgatar o que eu havia jogado.
Mas foi bom. Aquele amor já não me fazia bem e sabia que alguém, em algum lugar, estava também sofrendo, esperando por mim. Pela minha decisão de sair de casa e pegar chuva, adoecer.

Fumava um Black e achava q eu estava sendo aceita; Bebia uma heineken, rodopiava meus cabelos e a poção era espalhada. Mas não era feliz. Sempre tentava me iludir com falsas promessas, falsos beijos e palavras.
Serpentes malignas.

Ouvi Joplin esta noite. Entre dois mundos.
E o invisível toca meus cabelos e uma parte do meu coração.
Ele continua aqui, desta vez inteiro. Desta vez, cristalizado.

EM 01/11.