Sinto que tem alguém aqui. É, tem sim. Ouço a respiração, os passos e os olhos de vidros atrás de mim.
Apareca! Mostre-se seu covarde!
Uma batida na janela. Olhos dilatados.
Vamos, eu sei que você está aqui, eu sinto, saia daí. AGORA!
Silêncio na porta e Harold continua sozinho, na penumbra na casa mal arrumada.
Alguém do lado de fora ouve o barulho e de longe avista a silhueta trêmula e confusa. Chega perto mas arrepia-se. Oscila e anda em ré, sai correndo.
Não sinto minhas mãos, eu o vejo mas ele não se mexe. Por que diabos ele está me olhando? Tenho que me esconder, esquivar, ele lancará sobre mim mosquitos e gafanhotos. Uma das pragas do egito irá se assombrar sobre mim.
Ó não, o leão, ele está aqui! Está despejando água sobre mim, não, saia, saia, SAIA!
Harold se contorcia no chão, arranhava a madeira com as unhas quebradiças. Pequenos pedaços de retinas eram desperdiçados, cabelos soltos no tapete e cortina.
"Saia, saia! Você é um louco!"
Harold gritou durante a noite toda, pela manhã foi achado no chão com os olhos vidrados banhados de água e algo nos umbrais...
NUNCA MAIS.