quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Diálogo

-Não sei, tudo anda meio estranho... Não acha?
-Você já está dizendo que eu não acho.
-Ora, modo de dizer...
-É,acho sim...
-Pra onde você vai?
-Não sei e você?
-Também não sei.

Saíram, sem destino e sem lanterna, por ruas escuras, neblinosas. Estava observando tudo da janela do apartamento. Tinha uma pilha de papéis para revisar. Mas meus papéis concentrava-se naqueles dois, que não sabiam para onde iam, discutiam sobre idéias, verdades. Talvez tudo seja assim mesmo, gritei da janela.
Eles olharam, acenderam os cigarros e continuaram a andar.

Joguei minha máquina fotográfica pro lado. ''Há tantas verdades... Que só a minha me interessa e a dele, quem sabe...''

Madrugada chuvosa de Dezembro.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Yule!

É caros amigos... O ano civil está acabando e é tempo de reflexão. Aproveito para refletir novamente sobre tudo o que aconteceu este ano. Neste post, não irei declamar poemas e nem experiencias mal sucedidas. Irei fazer um post introspectivo, íntimo... Hoje é Yule. Nosso ''natal'' (digamos assim) pagão. Tempo em que o Deus Sol nasce, e este é um dos festivais que eu mais gosto. Nas ruas, luzes e mais luzes, cantigas, aquela energia que se forma, como uma grande e reluzente bola amarela, que se confunde com a neblina das ruas desertas.
Encanto-me cada ano mais, mesmo que ao passar dos tempos, esta magia esteja acabando,  dando espaço apenas para as coisas corriqueiras. Este ano, quero trazer Luz para dentro de mim e espalhar em meu lar, meus lares. Quero ainda escrever cartinhas para Santa Claus, pedindo que ele me proteja de todos os males, pedindo proteção.
Hoje, olhei a rua. Ela não estava, como antigamente, com crianças correndo, gritando. deu-se lugar a uma neblina e a esquerda, árvores com pisca-pisca e distantes cntigas natalinas.
Quero ainda poder voltar e celebrar Yule, como nas vidas passadas, cantando, acendendo lanternas em árvores, acendendo fogueiras, celebrando a nova promessa, a renovação da esperança na Vida e no Divino;

Mesmo que este ano tenha sido difícil, tenho ainda muito a agradecer aos Deuses por me dar Graças e Amor. Este finalzinho de Yule, vou queimar, aqui, entre nós, o meu e o seu pacote de desejos. Que sejam bons, que se realizem!

Que o Deus Azevinho e o Rei Carvalho nos conceda, nesta nova rodada de ano, sabedoria e luz. Trazendo e cmprindo sua promessa. Que assim seja, que assim se faça! ;)


*p.s: sem esse discursinho barato de que todo mundo tem que se amar e se abraçar em ''natal''. O que eu falei aqui é o que eu REALMENTE sinto!

Deuses, obrigada por transformar meu tio em anjo [por mais que esta perda tenha e continua sendo difícil] e agradeco meus presentes: Mãe, Pai e Vini (aaamoooor, te amo!) e todos os meus amigos, aqueles que me querem bem, realmente. Guardo todos em meu coração e os que guardava, não desejo mal. Que os caminhos sejam seguidos.
Agradeço, principalmente, a mais uma escada alcançada da minha jornada no caminho da Arte. Que a Grande Mãe e o Deus Sol, continuem me guiando, trasmitindo aos ouvidos e olhos abertos, o caminho do amor.

Obrigada!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Alguém por favor traz um cigarro?

19 anos, fumante, alcoolatra, mal humorada, libertina e sem pudor.
Típica moradora de rua.
Rua 13, esquina com 15.
Vive com uma câmera fotográfica em uma mão e um copo de uísque na outra. O cigarro na boca.

Vida, vida, vida, vida.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O mundo é um moinho


''Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida...''
Acordei com o sol brilhando em meus olhos
O sol estava alegre, cantava às 10 da manhã
Continuei acordada, com os olhos abertos e as pálpebras fechadas
Levantei, tomei um café amargo
Perdi o sono
Lembrei do meu antigo professor de literatura declamando um poema de Manuel Bandeira
Li Fernando Pessoa e sua tabacaria
Lembrei da minha professora, ela quem teria sido meu exemplo
Lembrei da minha infância
Lembrei da minha velhice
Olhei para o céu
Este, que estara azul, tornara-se cinza
Como a manhã da minha juventude e a noite da minha velhice''
9 meses sem ele, 9 meses de vazio. Vazio daqui para sempre. Tio, eu te amo.
''...Quando notares, estás a beira do abismo...
Abismo que cavastes com teus pés...''

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Início de mês, meia noite, dia 10 de 2009
Acordei no mio da noite, um suspiro fundo, afogando na água da barriga da minha mãe
Os olhos vermelhos, lágrimas
às vezes penso que minha vida nunca irá sair desses versos
rodo, rodo, rodo e sempre estou a frente dela

Esta que não se surpreende com minha presença
Cliente assídua

Quando enfim hei de ter a esperança e a luz do amor?

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Antônio

Perdeu a hora, a manhã
Passou a tarde lendo tirinhas de jornal, olhando o horóscopo.
O dia raiava lá fora, com nuvens tímidas e carregadas. Pensou que iria chover. Chuviscou quando estava almoçando.
Ele saiu devagar, tirou as latas de cerveja que estavam no vaso de plantas.
-Que falta de respeito!

Entrou na banheira, encostou a nuca nas maos, devagar, auto acolhendo a aura, que aos poucos ia esquentando.
Mudou de idéia, acendeu uma vela e pôs-se a ler um livro de Manuel Bandeira.
Lembrou dos sonhos que tivera na noite anterior e se perdeu nas linhas do poema.

Ficou o resto da tarde nublada perdido nas linhas de Bandeira e nas curvas da sua imaginação...

-O que será de mim?