sábado, 29 de agosto de 2009

os problemas tem sido preocupação maior.
Medo de ficar sem grana, medo de não passar no vestibular, de nunca trabalhar...
É, tem sido medos. Mas medo não é uma defesa?
O sol tem clareado minha vida, mente, inspirações e sentimentos.
Dormindo tarde acordando cedo... tenho que voltar a me acostumar!

Saí e tudo permanecia em profundo silêncio.
Uma manhã nublada com um tímido sol ao fundo e os pássaros cantando ao meu telhado.
Sozinha em casa com aquela beleza toda.

Entrei, acendi meu altar e rezei.
Rezei por mim, pelas pessoas, pelo meu pai.
Realmente hoje eu acordei feliz e lenta.
Sentia o aroma entrando pelas minhas narinas e a fumaça me envolvendo.
A única luz vinha da vela e os reflexos, das taças do altar.
Bruxa com orgulho! Vi pequenos pontos luminosos, corri perseguindo-os e eles me levaram até o céu.
A energia do mundo, nossa, há muito eu não via isto!

Não estava com roupas misteriosas e nem com olhares maldosos e fortes.

Ali estava, na varanda da minha casa, numa manhã nublada, sozinha, sorrindo com pequenos pontos luminosos que brincavam perto de mim.

Obrigada vida.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Em coma conduzido.
Os dedos procuravam o lápis mas não o achava, os olhos cheios de água e o corpo em chamas.
Deveras teria passado semanas assim... morta dentro de si.
Não conseguia mais ver o mundo como devia e sua alma ia sendo esfaqueada ao longo dos dias.
Queria o sol, mas as pernas se recusavam a andar, queria a brisa mas a pele...
Esta adormecida de injeções puras de mágoas e tristezas, debruçava-se no frio.
Os olhos, estes espertos e atentos, a tudo notava.

A ultima chama daquilo que eu considerava esperança, estava fraca naquele quarto sem janelas.
''Sou feliz na minha caixa amarela''
Era.
Sem livros, sem vozes e sem palavras, afundava-me naquele buraco que antes, so via nos causos alheios.

Estava ali, sozinha como jamais imaginava. Chorava calada e a alma ia se desfazendo a cada amanhecer. A pele, desmanchava-se à luz do sol, sem pedir permissão, ia-se doando aos poucos às formigas, às baratas, à poeira que ali habitava.

Antes do som ser introduzido naquela pequena sala luxuosa e mal iluminada, imaginei-me naquele palco.
Cliquei fotos com os olhos.
Olhei as faces que tanto quis.
''Ah! As faces do seu quadro, lembra Iza?'' - Alguém havia murmurado ao seu lado.
Reconheci a voz.
''Você voltou meu amado amigo!''

Havíamos feito silêncio e nada mais importava a não ser ambas as faces.
Ele estava lindo, como sempre.
A aura brilhante, os olhos cheios de lágrimas por ver-me.

''Eu te desejo paz, meu amor''

Os olhares foram rompidos quando a primeira nota revelou-se.
Era magnífica.

Eu estava completamente seduzida por aqueles dedos, aquele som, aquela luz que me trazia lembranças.
Pairava entre uma manhã fria e aquela noite calma.
E ele estava imóvel a minha frente.

Olhou-me fixamente e sorriu com os olhos.
Olhos azuis e idosos, dedos talentosos.

Naquela noite eu viajei o séc XVIII e ouvi tenores, carroças, murmurinhos de damas e senhores da borracha, barulhos de pequeninos e delicados sapatos no sobrado e os cavalos calmos...

Minha vida passou-se no brilho daqueles sapatos e no reflexo dos lustres do castelo...

domingo, 16 de agosto de 2009

Finalmente a mudança se concretizou...
bem, fiquei triste.. confesso!
Mas talvez tenha sido melhor o vento levar as cinzas, assim cicatriza mais rápido.

Agora que venha o que eu espero, que o sol se mostre mais!
Vida, eu ainda estou aqui!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Não quero ter o coração bobo de uma raposa.
Não quero esperar o caçador nos dias de quinta.
Quero ter o coração preparado.
Não quero mais sentir a cada minuto ele trincar.

Manter os cavalos selvagens em controle. Dificil mas eu vou tentar.
Bem, essa noite é... uma noite sei lá.

troquei a música calma pela agitada
a água pela tequila
a colcha pelo chão

Mas por dentro essa droga de voz não pára de gritar.
Saudade do sono e a falta de esperança.
Dessa vez não vou esperar pela quarta vez a promessa de surpresa

As expectativas que nunca chegam, nunca serão alcançadas.
-Dessa vez eu trago.
-Você trouxe?
-Não achei.

Coração bobo e tolo. Contente-se com o que sempre teve.

domingo, 9 de agosto de 2009

Sonhei com tragédia, acordei com um grito, chorei no dia.

Ás vezs eu não queria ter o sentimento do mundo.
Entendo você, Drummond.
Alias, tenho te traído com Clarice Lispector.
Mas ela é muito boa mesmo... Tão indecisa e certa ao mesmo tempo.

Um dia sonhei com uma senhora de 40 anos com o mesmo olhar que Clarice...
E o futuro? Sonhador e real... Adoro o contraste da minha vida!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Os patos

Os patos que vivem no meu quintal não são humanos
Os patos que comem do meu milho não se importam onde eu compro
Os patos que me olham são estranhos
Os patos são reis
Os patos bicam as galinhas
Os patos sangram
Os patos exigem
Os patos são gordos
Os patos possuem o olhar cruel
A pata inveja minha beleza
O pato inveja meu corpo

A pata é a mídia
O pato, o Brasil.