sábado, 16 de janeiro de 2010

Um brilho ofusco se engrandece no meio de tantos.
Odiava aquele verde que persistia em cruzar meu caminho, seja em dias ensolarados ou noites clássicas.
Não, não deveria abrir meus olhos, nem sentir aquele princípio de bondade que invadia meus sentimentos e confundia com o ódio forçado, do ciúme exagerado. O tempo, este velho ancião, ria de mim, saudoso, com as bochechas rosadas e o riso alto, leve. Quem se importa com dias quando se prevê o futuro?
Hoje cá estou, entre tristeza e o âmago pequeno. Não falarei de coisas grandes, porque o significado disto é imensurável que nem pequenas palavras ousam despertar.
Os pequenos e venosos animais compactuam e se misturam com o verde.
-Olhe!
E meus olhos se confundem, entrelaçam. Não devo me controlar, não.
Almas complementares, que as bocas falem o que quiser! Os ruídos que se confundem com sinfonia.
Flores grandes, árvores majestosas e eu em companhia de um elemental.

Ela vai indo e atrás de si, a luz majestosa. Sobrará em seu lugar o  glitter e o verde.
Silêncio.
De fato, sou assim. Não sei se branda ou pequena. Mas sou assim.
Bem, creio que a maioria das pessoas são assim. Escondo-me entre lençóis de manhã, rejeito o sol nos olhos, acordo às 13h, dando bom dia.
Escondamos nossas fotografias, sejamos viajantes. Viajantes introspectivos. Creio que esta raça seja a mais bela e interessante, nessas ruas não há outdoors esparrando que lêem livros de filosofia ou têm uma camera de fotografia em suas bolsas... Ora, derretamos na chuva, serenos, pequenos, grandes, sorridentes.
As meninas continuam na rua, com peles alva, cabelos presos e engaioladas. Fechem suas bocas, suas vadias!
Não quero saber de sua banda do momento e nem da sua roupa style.
Abra a cortina dos seus olhos, escreva sobre a janela, a janela do meu apartamento.
A madrugada amiga, meu amante nu, na cama com entorpecentes mentais.

Não me venha querer por palavras na minha boca, meu espelho não se refere à todos.




Borboletinhas, formigas, uma caba que pousa sem ferrar e o verde deslumbrante... dos silfos

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O que será que se esconde por trás das cortinas
Enquanto formas são formuladas?
O que será q se esconde por trás das vitrines
dos manequins, no negro?

Eu escondo palavras num caderno moribundo, leio com mendigos, sem distinções
Sem raças

O simples, o simples não complicado

Dia

A energia se foi
A paciencia esgotou
O dia foi claro, chuvoso
Nublado, choroso
Não, não quero sorrisos
Quero paz
Quero que esse canudo sáia de perto de mim

Li Vinicius de Moraes, a pracinha, os namorados
O amor que penetra na alma, no verde
Vi Vinicius escrevendo
Vi Vinicius fazendo o meu Vinícius
Com acento, por favor!

Quero a varanda do meu apartamento lilás
Sentar no chão e sentir o senhor Vento,
Enxendo as bochechas para saudar-me
O verde da silfa em volta
E o sentimento de... PAZ

Cade o Chico Buarque nessas ruas frias de Buenos Aires?