terça-feira, 6 de julho de 2010

Coração na mão

Li metade do livro sem dar conta que tinha lido mais do que era o planejado. Ora, isso não importa, estava lendo,  mumificada com as letras, com o drama. Por um momento me senti como o protagonista, alimentando um amor sublime pela ninfeta, esta tão pobrezinha e pequena.
Eu sou sim este velho que nunca amou na vida e já perto da morte se depara com ele ali, parado em posição de ataque e calmaria, o amor.
Meu bem amado que atravessou meu caminho do nada e no ato não imaginaria por quanto tempo iria durar. E continuo pensando, por mais que 1 ano tenha se passado e mesmo rompidos, ainda ouvir os murmurinhos sobre ele, as perguntas incansáveis como ele está e os fatos diários que insistem em lembrar de vossa presença. 
Por um momento chego a pensar que nada tenho, nada tive e nada terei. Lembro que antes do dia de glória, pensava o que seria do futuro. O que seria se eu, desprovida de amor, iria permanecer por muito tempo. O futuro, este inconstante, sempre mostrava-se branco e só depois de algum tempo, lendo em um livro (estes fiéis que parecem adivinhar meus passos), entendi a brancura de dias próximos.
Estaria neblinado e fugaz, até o destino tirar a capa e mostrar o verso pintado de dias ensolarados e estrelas cadentes. Cada estrelinha, um pedido, um a um sendo realizado.
A vontade incansável de sair pelas ruas cantando, baixinho, alto, beijando as flores, faces, recitando os versos compostos na hora, quentinhos, como pães de queijo feitos no final da tarde. Sair para fechar a janela e me deparar com o céu amarelo em pleno fim de dia, horário sagrado, o chão amarelo! Cadê minha máquina fotográfica? Não, deixe-a lá, você precisa guardar isto somente entre você, seus olhos e seus versos. Algumas coisas são tão bonitas que seria impossível reproduzi-las. Como o amor que eu sinto pelo céu, pela cantiga de ninar, pelos contos de fada, pelas pessoas que eu conheco e as que eu nunca conhecerei, pelo meu amor... este tão grandioso e paciente. Mesmo em meus dias de impaciência.

3 comentários:

  1. Iza, é incrível a forma como você escreve. Beijos :*

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  2. Eu também admiro o jeito como ela escreve, esta criatura feia! Sinto-me feliz em ver sua autenticidade em cada palavra. Beijo grande.

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  3. Sim, ja disse xD estou muito curioso para ler alum livro de drummond, recomenda algum em especial? (não vale dizer todos ok?)
    Corujas são seres adoráveis mesmo *-*

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