quinta-feira, 2 de setembro de 2010

02-09

Esses dias tem sido assim: todos a mesma coisa, o mesmo tom cinzento e bocas que se mexem sem parar.
Sinto-me a mais covarde de todas em ter que aceitar tudo o que tem acontecido. Ou não.
Talvez agora eu queira sair dessa capsula e sofrer os danos do mundo. Sem ninguém para me controlar.
Eu quero poder alcancar a mão da liberdade e nunca mais solta-la. Ahh se tivesse plena certeza que o alto custo traria exatamente o que espero...
Não quero falar, ouvir nada de ninguém, ver ninguém e muito menos que me venham com falsas preocupações. Aliás, nenhuma preocupação. Quero poder ficar sozinha e invisível.
Se pudesse, vestiria uma capa e todos os dias faria o mesmo trajeto, sem que ninguém percebesse que estou ali.
Realmente cansei de esperar que alguém sente ao meu lado e pergunte como foi meu dia, se estou bem, se quero conversar. Alguém que mais tarde não use isso contra mim, como diria algum desses cantores famosos. Alguém que fosse meu amigo, não em uma semana, mas por anos. E que não enxa meu saco quando eu quiser ficar sozinha, porque ele sabe que eu preciso. Uma criatura tão forte e sem frescuras quanto acho que sou. Ok, o forte pode ser ignorado por hoje.
Enquanto tudo cada vez mais se torna instrumento de pressão, eu durmo. Durmo para esquecer que existo, pra ver se essas horas passam mais rápido.
Enquanto alguns tentam acabar com meus planos e alegrias, me torno uma covarde e deixo chover por dentro. Chorar? Deixo pra fazer quando ninguém tiver me olhando.
Ninguém mais precisa dizer que está de saída quando eu chegar.

Um beijo e adeus.

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