segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Reflexos

É madrugada, tenho ao meu lado um livro de poesias
Vinicius de Moraes e um grande amor
Mas não quero saber de amor, não esta noite
Não consigo dormir
E meus olhos não se encontram
Vou ao banheiro, lembro de alguma poesia semelhante
E copio
Copio na mente insana que fervilha entre  mil palavras
Qual delas escolher?
De repente lembro que estou em frente ao espelho, parada
Bagunçando os fios de cabelo atrás de algo entre eles
Os olhos estão caídos, olheiras fundas, olhos profundos
A vida passa, a pele muda, os olhos mudam
Lembrei da minha juventude, da liberdade e do presente
E agora, estou aqui, buscando entre os fios que embaralham meus olhos,
O meu presente
Já encontrei, disto é certo
Beijo o reflexo, narcisista sim
Com os fios de cabelos bagunçados, os olhos fundos, as olheiras e os labios desbotados,
Arranca desta face um sorriso pequeno, tímido

Quantos, além de mim, pensa no futuro de uma nação?

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