sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

ÓCIO

Viu as notícias repetidas, deitada na cama. Havia visto as mesmas de manhã e pensara como se estivesse acabado de chegar do trabalho, cansada, com o blazer no antebraço, ligando a tevê. Só para acompanhar a notícia.
Uma fotografia em cima da mesa roubara sua atenção. Que homem! Sim, aquele único por quem ela perdera os sentidos, a razão, o coração.
''Por onde anda?''
Não sabia, mas decerto estava dentro de si, naquele órgão que acelerava os batimentos.
''Como eu o amo, o amo e ele nem deve imaginar o quanto''

Pôs o blazer em cima do sofá, consultou a cafeteira e nada tinha. Resolveu pôr café.

Havia visto tantos rostos nus mas nenhum que a olhasse e a pedisse um beijo
Naquele escritório com cheiro de papel picado, ar condicionado ( ou condicionador de ar, como preferem os puritanos) telefones que gritam por socorro.
''Que doido''
Sim, que doido e todos os dias ela vivia isso. E gostava.

Abriu a porta da varanda, respirou as nuvens, o céu e um barulhinho ao longe.
O café está pronto. Meu amor está me esperando.

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