Eu tava lá, sozinha na parte mais escura da praça esperando por um olhar. Luzes que iluminam a parte mais escura da cidade e tenta, a todo custo, a embelezar. E convenhamos, consegue. As crianças e suas bicicletas, brinquedos luminosos que saltavam e balões coloridos, lembraram a minha infância... O dia em que eu descobri que depois da meia noite não era mais hoje e sim ontem, o amanhã que chegara antes do tempo. No meu mundo. A brisa gelada que dava boa noite, olhares perdidos, boemios...
-Bem que Chico Buarque poderia cantar pra mim agora. Pensei
E cantou... Graduando de voz, como quem quer chamar a atenção. Sem pensar muito, corri para o banco mais próximo, abri uma bebida, fechei os olhos e senti cada timbre entrando em mim.
O velho me olhava. Olhou para os meus cabelos. Ele estava sozinho, de pernas cruzadas.
O ambulante, cansado, parou e sentou-se. As bungigangas refletiam no rosto cansado.
Chico cantou para nós.
Olhei para mim, o velho e o ambulante. Classes diferentes unidas numa noite de lua cheia.
Só a poesia salva. Essa frase marcou a minha noite.
O olhar luminoso chegou.
:-)
ResponderExcluirCoisa linda! Só a poesia salva, Iza. Acredite. Um abraço enorme. Espero que seu espírito esteja leve, assim como este btando texto. Paz.
Lindo texto Iza (como sempre). Não importa quantas diferenças tenhamos, a poesia é capaz de unir a todos. Sentimentos
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