segunda-feira, 7 de junho de 2010

Tarde

Na agonia da tarde, na barulheira dos carros
Os pés cansados, os dedos calejados
A rua cheia e fedendo a queimado
A mente baixa e olhos pesados
Fim de tarde, carros agitados
A perturbação dos versos mal feitos
Da técnica mal realizada
Das palavras mal organizadas
Jogadas no meio da rua empoeirada

No fim, não mais que isso
O homem que acena para o cachorro
A música que marca a adolescência
O velho na casa abandonada
Escuro e sereno
Fecha e sauda a rua com os acordes
do violão amadeirado
E tudo pára.
Tudo pára para ver o homem negro tocando,
grandioso, do outro lado da luz
Tocando para quem o conduz.

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